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Família COUTO ALÃO - Casas em Avintes, Porto e Airão

  • Writer: Carmen Souza Soares Reis
    Carmen Souza Soares Reis
  • Feb 18, 2022
  • 10 min read

Updated: Feb 16

Nossos ancestrais e parentes da família COUTO ALÃO são descritos em profundidade no livro de José Delfim Brochado de Souza Soares "Apontamentos Genealógicos das Famílias Couto Alão, Souza Soares e Sampaio de Queirós". Eles viveram na sua casa da Rua da Ferraria de Baixo no PORTO, na Quinta do Paço de AVINTES em Vila Nova de Gaia, e na Casa do Paço de AIRÃO em Guimarães.


O Capitão JOÃO LUIZ DO COUTO ALÃO (1738-1808), Cavaleiro da Ordem de Santiago da Espada, era pai de Dona CUSTÓDIA JOANA DE SANTA RITA (1760-1800), casada com INOCÊNCIO ALVARES DE SOUZA SOARES (1755-1808), e portanto avô materno do Dr. JOSÉ ALVARES DE SOUZA SOARES (1795-1849), meu trisavô que foi cirurgião em Vairão.


O Capitão JOÃO LUIZ DO COUTO ALÃO foi um importante cidadão do Porto, que teve sua Carta de Fidalgo de Cota d'Armas passada pela Rainha Dona Maria em 1790. Exerceu a função de Procurador do Conde de Avintes, Dom Luiz de Almeida Portugal Soares de Alarcão d'Eça e Melo Silva Mascarenhas (1729-1790), que era também Marquês do Lavradio e foi Vice-Rei do Brasil. A função do Procurador do Conde de Avintes consistia em administrar todas as suas propriedades, entre as quais a mais importante era a sua QUINTA DO PAÇO DE AVINTES.


QUINTA DO PAÇO DE AVINTES - Avintes, Vila Nova de Gaia


JOÃO LUIZ DO COUTO ALÃO, como Procurador do Conde de Avintes e Administrador da sua QUINTA DO PAÇO DE AVINTES, tinha residência nessa propriedade e nela passava longas temporadas com sua família. Registros paroquiais da freguesia de Avintes comprovam a presença da família Couto Alão na Quinta do Paço entre 1782 e 1791.


A QUINTA DO PAÇO de Avintes era propriedade do MOSTEIRO DO PAÇO DE SOUSA e o Conde de Avintes pagava-lhes foro no dia de São Miguel, em setembro, através de seu Procurador. Na sequência da morte do Conde de Avintes em 1790, a família Couto Alão ainda permaneceu na Quinta do Paço por mais de um ano. Em 1793 a família de Dona Custódia e de Inocêncio Alvares de Souza-Soares já tinha estabelecido residência no Torrão de Entre-Rios. Em 1794 a família de Dona Ana Felizarda e do Major João Xavier de Oliveira Barros Leite já vivia na Casa do Paço de Airão, em Guimarães.


A QUINTA DO PAÇO de Avintes foi vendida a Guilherme Roberto Woodhouse, em data ignorada. A família Woodhouse residiu em Avintes durante três gerações. Nos anos 1970s, ainda vivia na Casa do Paço uma filha de Luiz Woodhouse, que foi lente da Universidade do Porto. Ignoro quem foram os proprietários anteriores ou seguintes.


Em 2011 visitei o local com meu irmão e meus primos. Uma grande reforma estava em curso, mas ainda se podia vislumbrar parte da estrutura original da QUINTA DO PAÇO. Não percebemos nenhum esforço no sentido de preservar a arquitetura original do edificio e ficou claro que a reforma iria descaracterizar completamente aquela casa secular. O interesse dos novos proprietários era renovar o imóvel para atender às suas necessidades, naturalmente. O fato de terem adquirido uma bela casa com capela própria e todos os detalhes típicos de uma residência do século XVIII não estava em consideração. Ficou evidente que aquele imóvel não havia sido tombado. Voltei a Avintes em 2024 e pouco consegui ver da estrutura original da casa secular onde viveram os meus ancestrais. Uma construção inacabada, de vários andares, escondeu (ou destruiu) completamente a Casa do Paço de Avintes.


CASA DO PAÇO DE AVINTES

(foto publicada em "Apontamentos Genealógicos das famílias

Couto Alão, Souza-Soares e Sam Payo de Queirós")


Alguns membros da família COUTO ALÃO nasceram na QUINTA DO PAÇO DE AVINTES. O filho mais novo do Capitão João Luiz do Couto Alão, o Padre Luiz José do Couto Alão, ali nasceu em 1782. Na década seguinte, cinco netos do Capitão João Luiz nasceram naquela casa. Três deles eram filhos de Dona ANA FELIZARDA e seu marido o Major João Xavier de Oliveira Barros Leite e nasceram entre 1788 e 1791. Os outros dois netos nascidos na Quinta do Paço eram filhos de Dona CUSTÓDIA JOANA DE SANTA RITA e seu marido INOCÊNCIO ALVARES DE SOUZA SOARES. Esses meus ancestrais viveram na Quinta de Leirós, em Fornos, no início do seu casamento, e ali tiveram o seu primeiro filho em 1787. Entre 1789 e 1791 viviam na QUINTA DO PAÇO DE AVINTES, onde tiveram dois filhos. Entre 1793 e 1798 viviam no Torrão de Entre-Rios e lá tiveram os três últimos filhos. Dona Custódia faleceu precocemente em 1800, na casa de seus pais na Rua da Ferraria de Baixo, no Porto.


Existem três quintas em AVINTES que estiveram ligadas à minha família nos anos 1700s:


1) a QUINTA DO PAÇO, do Conde de Avintes, onde viveu a família Couto Alão, está descrita acima.

2) a QUINTA DA PENNA (atual QUINTA DA DEVESA) pertenceu a Manuel Caetano Alvares de Souza, o irmão mais velho do meu ancestral Inocêncio Alvares de Souza Soares.

3) a QUINTA DA AGRACEIRA pertenceu a Inocêncio Alvares de Souza Soares e Dona Custódia Joana do Couto Alão.



QUINTA DA PENNA (atual QUINTA DA DEVESA)- Avintes, Vila Nova de Gaia


Não foi fácil descobrir onde ficava a QUINTA DA PENNA, porque a propriedade mudou de nome. Felizmente, contei com a ajuda de um amigo genealogista da área de Avintes e juntos chegamos à conclusão que a antiga Quinta da Penna é a atual QUINTA DA DEVESA, que integra o patrimônio histórico de Avintes. Uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Penna de França deu o nome a essa quinta centenária. Esta capela ainda existe na atual QUINTA DA DEVESA, o que prova de que se trata da mesma propriedade.


A QUINTA DA PENNA (atual Quinta da Devesa) pertenceu a um irmão do meu ancestral Inocêncio Alvares de Souza Soares. MANUEL CAETANO ALVARES DE SOUZA (1742-1804) e sua mulher Dona ANA TERESA TOMÁSIA tinham casa no Porto, mas tem sua presença documentada na sua quinta no lugar do Paço de Avintes desde 1776 até pelo menos 1788. Manuel Caetano Alvares de Souza era Fidalgo de Cota d'Armas e seu brasão tinha as armas dos Souzas e dos Ribeiros. Sua Carta de Brasão de Armas de Nobreza e Fidalguia foi passada em 1794. (Cartório da Nobreza, Registos de Alvarás para Brasões, Livro 5, fls. 16v a 18). Dos seus 8 filhos, apenas 3 são mencionados como adultos. Muitos anos depois da sua morte, seu filho Antonio Caetano faleceu de maneira trágica na Quinta da Penna em 1815. No assento de óbito, Dona Ana Teresa Tomásia, mãe do falecido, consta como senhora da Quinta da Penna. (Livro de Óbitos nº 9 da freguesia de São Pedro de Avintes, fls. 56 - Imagem 0537 ETombo, Vila Nova de Gaia, Avintes).


QUINTA DA DEVESA em Avintes (antiga QUINTA DA PENNA) com sua Capela de NS da Penha

(pertenceu a Manuel Caetano Alvares de Souza e sua mulher Ana Teresa Tomásia)


QUINTA DA DEVESA em Avintes - fundos




QUINTA DA AGRACEIRA - Avintes, Vila Nova de Gaia


Meus ancestrais INOCÊNCIO ALVARES DE SOUZA SOARES (1755-1808) e Dona CUSTÓDIA DO COUTO ALÃO (1760-1800) detinham o prazo da QUINTA DA AGRACEIRA, propriedade que pertencia ao 2º Marquês de Lavradio (que era também o 5º Conde de Avintes, Dom Luiz de Almeida Portugal Soares de Alarcão d'Eça e Melo Silva Mascarenhas), conforme documento oficial lavrado em 26-9-1788: "Prazo que fez o Marquês de Lavradio por seu procurador João Luiz Alão a Inocêncio Alves de Souza Soares e sua mulher Custódia Joana de Santa Rita, de uma leiria de terra de monte no lugar da Graceira no Couto de Avintes, Vila Nova de Gaia." - Nota 440, 4ª serie, fls. 84v a 89.


A QUINTA DA AGRACEIRA é mencionada em diversos assentos paroquiais da freguesia de Avintes, ligados à nossa família. Atrevo-me a dizer que é bem possível que tenha sido o INOCÊNCIO ALVARES DE SOUZA SOARES quem construiu a primeira casa naquela quinta. Não foi difícil identificar a propriedade, porque ela conserva o mesmo nome e aparece na internet como propriedade de aluguel por temporada. Trata-se de uma bela casa à Rua da Agraceira 720, situada em local privilegiado, com belíssima vista. Tive o prazer de visitá-la em maio de 2024, em companhia do primo Francisco Souza Soares da Gama. Fomos recebidos pelo atual proprietário, que gentilmente nos facultou uma visita pela sua casa, que está muito bem conservada e foi ampliada respeitando-se a arquitetura original. Visitamos também a antiga capela, que talvez date dos tempos do INOCÊNCIO ALVARES DE SOUZA SOARES. Como a quinta está localizada à beira do rio, imaginamos esse nosso ancestral deslocando-se de barco até o Torrão d'Entre Rios, onde tinha sua principal residência. Esse meu ancestral faleceu em 1808. Eu não encontrei nenhuma referência sobre o destino desse seu terreno.


QUINTA DA AGRACEIRA em Avintes

(construída em terrenos de Inocêncio Alvares de Souza Soares e Dona Custódia do Couto Alão)




Casas da RUA DA FERRARIA DE BAIXO - Freguesia da Vitória, Porto


As casas de residência do Capitão JOÃO LUIZ DO COUTO ALÃO na freguesia da Vitória, cidade do Porto, foram recentemente restauradas de maneira impecável e abrigam uma entidade governamental. Estão localizadas na Rua do Comércio do Porto (antiga Rua da Ferraria de Baixo) nº 57 e 59. O Capitão João Luiz do Couto Alão viveu nessa casa com sua família nos anos 1700s. Sua filha mais velha é a minha ancestral Dona CUSTÓDIA JOANA DE SANTA RITA (mulher de Inocêncio Alvares de Souza Soares). Ela faleceu aos 40 anos de idade em 1800, nessa mesma casa onde nasceu. Provavelmente encontrava-se de visita a seus pais, pois a essa altura a residência do casal era no Torrão de Entre Rios.


Casas de residência da família COUTO ALÃO na cidade do Porto



O Capitão JOÃO LUIZ DO COUTO ALÃO faleceu em 25-11-1808 com testamento bem detalhado, de quatro meias folhas e uma página, em que especifica o seguinte: "Casas da Ferraria de Baixo nomeio a meu filho João para serem encabeçadas em legítima dando as tornas a seus irmãos..."  Esse filho João (homônimo do pai) tinha 46 anos quando o pai morreu. Ele era notário, vivia em Lisboa, e faleceu sem que o destino dessas casas fosse resolvido. Em 1829 iniciou-se uma disputa judicial para a venda das casas, afim de dar as tornas aos herdeiros de Inocêncio e Custódia. Em 1846 o caso ainda não tinha sido resolvido e o nome de Manuel Alves de Souza Soares (1787-1874), herdeiro e filho mais velho de Inocêncio e Custódia, aparece numa ação judicial executória contra os herdeiros da falecida mulher do seu falecido tio João (homônimo do avô), que viviam em Lisboa. Esse tipo de ação pretende tornar efetivo um direito reconhecido em sentença anterior. Não sei quando essas casas foram finalmente vendidas e nem a quem. Anos mais tarde, foram tombadas pelo Patrimonio Histórico do Porto.



CASA DO PAÇO DE AIRÃO - Airão, Guimarães

A CASA DO PAÇO DE AIRÃO está muito bem preservada, mas já não serve de residência a nenhum descendente do Capitão João Luiz do Couto Alão. Hoje é a sede de uma Fundação idealizada pelo último herdeiro, o clérigo Dom Antonio de Castro Xavier Monteiro, que foi Arcebispo de Lamego. O portal de entrada continua encimado pelo brasão dos COUTO ALÃO com a data 1789 gravada na pedra. Esta data deve marcar a vinda da família Couto Alão para esta casa, pois em documento de 11-11-1788, o Conde de Avintes e Marques de Lavradio, Dom Luiz de Almeida Soares Alarcão Eça de Melo Mascarelhas e Silva (através do seu procurador João Xavier de Oliveira Barros Leite) fez prazo de patrimônio da CASA DO PAÇO D'ALÉM, em São João de Airão, a seu afilhado ANTONIO LUIZ DO COUTO ALÃO, de quem tinha sido padrinho de batismo em 1779.


Portão de entrada da CASA DO PAÇO em Airão


Pedra d'armas com o brasão da família COUTO ALÃO sobre o portão de entrada




A CASA DO PAÇO DE AIRÃO foi morada de dois irmãos da minha ancestral Dona CUSTÓDIA JOANA DE SANTA RITA (1760-1800), filha mais velha do Capitão JOÃO LUIZ DO COUTO ALÃO, casada com Inocêncio Alvares de Souza Soares, e mãe do cirurgião Dr. José Alvares de Souza Soares, meu trisavô.


1 - ANTONIO LUIZ DO COUTO ALÃO (1779-1831) foi o 12º filho do Capitão João Luiz do Couto Alão e seu nome consta como Senhor da CASA DO PAÇO DE AIRÃO na obra "Nobres e Plebeus de Portugal". Ele foi clérigo subdiácono da freguesia de São João de Airão. Era afilhado do Conde de Avintes (de quem seu pai era Procurador) e da Marquesa de Lavradio, esposa do Conde de Avintes, conforme consta no seu assento de batismo (Livro de Batismos nº 3 da freguesia da Vitória, Porto, a fls. 256 e 256v). Recebeu do seu padrinho um Prazo de Patrimônio da CASA DO PAÇO D'ALÉM em Airão em 11 de novembro de 1788 (Tabelião João José de Almeida, Seção Notarial, P01, Nota 441, 4ª série p. 65-70, D.P. 316/J). No ano de 1798, os seus pais fizeram-lhe um Auto de Patrimonio de sua Quinta de Curbião, em São João de Airão, segundo consta nos Arquivos do Paço Episcopal do Porto. ANTONIO LUIZ DO COUTO ALÃO viveu na Casa do Paço de Airão pelo menos os últimos anos de sua vida, tendo ali falecido em 23 de junho de 1831. Foi sepultado na igreja paroquial de Airão.


2 - Dona ANA FELIZARDA DO COUTO ALÃO (1767-1816) foi a 5ª filha do Capitão João Luiz do Couto Alão. Ela se casou com o Major João Xavier de Oliveira Barros Leite e viveram na Quinta do Paço de Avintes entre 1788 e 1791, período em que nasceram seus tres primeiros filhos. Passaram para a CASA DO PAÇO DE AIRÃO entre junho de 1791 (nascimento do seu 3º filho em Avintes) e fevereiro de 1794 (nascimento do seu 4º filho em Airão). Tiveram mais seis filhos na CASA DO PAÇO DE AIRÃO, o último nascido em 1808. Dona Ana Felizarda faleceu em 1816 na Quinta da Pereira, em Airão (provável propriedade da família). O Major João Xavier de Oliveira Barros Leite faleceu em 1836 na CASA DO PAÇO DE AIRÃO. Ele também foi Procurador do Conde de Avintes.

A CASA DO PAÇO DE AIRÃO passou por herança a uma filha de Dona Ana Felizarda do Couto Alão: Dona MARIA ENGRÁCIA XAVIER DE BARROS LEITE, nascida em 1798 na CASA DO PAÇO DE AIRÃO e casada em 1825 com Antonio Alvares Monteiro. Ambos faleceram na sua Casa do Paço, ele em 1865 e ela em 1895. A CASA DO PAÇO DE AIRÃO passou então para uma filha desse casal, Dona AMÉLIA VIRGINIA XAVIER MONTEIRO (nascida em 1838), depois para uma filha desta, Dona EMILIA MAGNO XAVIER MONTEIRO (nascida em 1863), e depois para um filho desta, JOSÉ AUGUSTO XAVIER MONTEIRO (nascido em 1891), o qual foi pai de DOM ANTONIO DE CASTRO XAVIER MONTEIRO (nascido em 1919), Arcebispo de Lamego, que ali viveu e idealizou a Fundação atualmente sediada na CASA DO PAÇO DE AIRÃO.


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